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O Último ato de Vargas

 

Ainda que a CLT seja considerada o maior legado do varguismo, é preciso lembrar também que a política econômica de Vargas teve o Estado como o principal agente da modernização do país. Sua meta principal foi superar o atraso por meio do impulso à indústria de base. São então nacionalizados vários ramos de produção, destacando-se a fundação da Companhia Siderúrgica Nacional (1941) e a da Petrobras (1953).



A herança da era Vargas continua sendo uma referência fundamental para a compreensão da história política brasileira. Durante décadas, sua personalidade conseguiu gerar repulsa à direita e à esquerda. Hoje, parte da esquerda já reavalia o papel de Getúlio Vargas na história, sobretudo em virtude das conquistas decorrentes de seu traço nacionalista e do papel pioneiro atribuído ao Estado. A polarização entre o Estado influente e ativo e o ideário neoliberal – com sua tese de liberalização máxima e Estado mínimo –, favorece essa revisão.

Para a cientista política Maria Victoria Benevides, professora de Sociologia da Faculdade de Educação da USP, o importante é enfatizar que Getúlio Vargas tinha um projeto para o país. “Aquele desenvolvimentismo dele e de Juscelino Kubitschek não é mais possível atualmente. No entanto, creio que vale a pena tomar seu exemplo para exigir um projeto de desenvolvimento global – econômico e social – e sustentável, o que faz muita falta hoje. Vargas foi autoritário e uma figura carismática, mas o grande estadista brasileiro do século 20 foi ele. Certamente é a melhor lembrança para esses tempos de neoliberalismo.”

O derradeiro ato político de Vargas foi seu suicídio na madrugada do dia 24 de agosto de 1954. Sua morte provocou enorme comoção. O tiro perpetuou o mito.

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Fonte: Rede Brasil :

https://www.redebrasilatual.com.br/

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